A incorporação ou psicofonia dos Espíritos sofredores tem como meta socorrê-los com misericórdia e amor; por isto se faz necessária.

Waldehir Bezerra de Almeida - waldehir@terra.com.br
 

Há quem seja de opinião que não é necessário mais se manter em um centro espírita a tradicional reunião de desobsessão por incorporação, pois os Espíritos poderão ser doutrinados, esclarecidos por meio de preces, irradiações, correntes magnéticas e, no Plano Espiritual, por Espíritos que têm mais força moral que a maioria dos doutrinadores encarnados.Há quem afirme que o processo de desobsessão pela incorporação já teve o seu tempo.Interrogado a respeito, o médium e orador Divaldo Franco respondeu:”Faz-se imprescindível que toda Casa Espírita mantenha um trabalho de desobsessão.[...]A sessão de desobsessão é de muita importância,não só para os que estão obsidiados, na alienação , como para aqueles que estão sob injunção de Entidades perversas e ainda não se deram conta... ” O Espírito Vianna de Carvalho afirma que “A incorporação ou psicofonia dos Espíritos sofredores tem como meta socorrê-los com misericórdia e amor, convidando-os à libertação das fixações físicas e psíquicas que permanecem após a disjunção cadavérica”. Quanto à doutrinação feita pelos Espíritos superiores, o Mestre de Lyon também se interessou pelo assunto e fez a seguinte pergunta: -Como pode um homem ter, a esse respeito, mais influência do que têm os próprios Espíritos? A resposta revelou que os Espíritos sofredores têm necessidade de ouvir os encarnados, pois nem sempre podem ouvir os Espíritos superiores: “...Os Espíritos elevados só em nome de Deus lhes podem falar e isto os apavora, o homem, indubitavelmente, não dispõe de mais poder do que os Espíritos superiores, porém, sua linguagem se identifica melhor
 
Com a natureza daqueles outros e, ao verem o ascendente que o homem pode exercer sob os Espíritos inferiores, melhor compreender a solidariedade que existe entre o céu e a terra” (negritamos).Pode ser que em outras esferas, métodos mais avançados já não façam uso da desobsessão pela incorporação, no entanto, nas esferas próximas à Terra, das quais temos notícias, o método ainda se faz necessário: leia-se as obras dos Espíritos André Luiz e de Manoel Philomeno de Miranda. As reuniões lá são geralmente um prolongamento das de cá. Divaldo acrescenta
que “as práticas mediúnicas no plano físico representam um benefício para os médiuns encarnados porque promovem a arte de fazer a caridade sem saber a quem.”

Outra razão bastante significativa existe para que a instituição espírita mantenha uma reunião de desobsessão nos moldes ensinado pelo Espírito André Luiz. Quem já leu os livros “Instruções Psicofônicas ” e “Vozes do Grande Além” e refletiu sobre suas adendas sabe do que estou falando. São eles compostos de mensagens gravadas nas reuniões de desobsessão do Grupo Meimei, que começou funcionando no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo – MG. A partir de 1952 até 1956, as mensagens psicofonadas pelo saudoso médium Francisco Cândido Xavier – que atuava no grupo dando passividade a Espíritos sofredores – foram gravadas e depois repassadas para o papel. Mensagens de estudos profundos e de algumas revelações interessantíssimas. Porém não foi somente essa colaboração que aquele Grupo de médiuns deixou para quem trabalha nessa área da desobsessão. O Grupo fez anotações, até então, inéditas, registrando os tipos de espíritos atendidos, suas condições morais e o aproveitamento deles depois de receberem os cuidados dos médiuns e dos esclarecedores.